O governador Carlos Massa Ratinho Junior inaugurou nesta segunda-feira (16) o Hospital da Criança Irmã Maria Calista, de Maringá, no Noroeste do Estado. A megaestrutura de 24,2 mil metros quadrados de área construída, recebeu R$ 124,2 milhões da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) para a sua construção, que teve investimento total de R$ 181,8 milhões, contando também com recursos da União, do município e da Organização Mundial da Família.
Ratinho Junior destacou que o complexo se une a outras unidades especializadas ao atendimento pediátrico do Paraná, como os hospitais Pequeno Príncipe e Erastinho, em Curitiba, e Waldemar Monastier, em Campo Largo. “Estamos inaugurando um dos maiores complexos hospitalares infanto-juvenis do Brasil, uma obra gigante, com os melhores equipamentos disponíveis para fazer esse atendimento e, acima de tudo, um sonho de Maringá e do Paraná”, afirmou.
“Ele vai atender, além de Maringá, quase 200 cidades paranaenses, ampliando o atendimento especializado de nossas crianças, já que se junta a importantes complexos pediátricos do Paraná”, ressaltou o governador. “Tanto a parte física e estrutural deste hospital, como o volume de equipamentos de alta tecnologia, vão dar uma tranquilidade para os pais e mães quando seus filhos precisarem de algum tipo de atendimento”.
Além do valor destinado à construção, a Sesa já garantiu o repasse de R$ 72 milhões, divididos em parcelas de R$ 1,5 milhão, para o custeio do hospital pelos próximos dois anos. A nova unidade prestará atendimento a crianças e adolescentes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo serviços de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, e será referência para 4 milhões de pessoas de 115 municípios de toda a macrorregião Noroeste.
O recurso estadual deverá ser incorporado ao teto financeiro de média e alta complexidade do município de Maringá, que possui gestão plena do SUS e também vai entrar com um recurso mensal de R$ 1,5 milhão. A gestão da unidade foi concedida pela Prefeitura de Maringá à Liga Álvaro Bahia contra Mortalidade Infantil, entidade filantrópica que já é responsável pelo Hospital Martagão Gesteira, de Salvador, o maior hospital pediátrico do Norte e Nordeste do Brasil.
A Sesa também está em negociação com o Ministério da Saúde para o repasse de recursos federais para custeio. Por lei, 60% da capacidade deve ser destinada obrigatoriamente ao SUS, mas no início da gestão todas as vagas serão pela rede pública de saúde, e só na sequência entram os atendimentos particulares e por convênio.
PRIMEIRA FASE – A unidade deve começar a atender já nesta semana, iniciando, nesta primeira fase, com 61 leitos de internação, três salas de cirurgia e 23 consultórios. A estimativa é de que sejam realizados, mensalmente, mais de 2,7 mil consultas, 900 atendimentos no pronto-socorro e quase 300 internações. Após seis meses, inicia-se a segunda etapa, com abertura de 10 leitos de UTI e início dos atendimentos oncológicos. O hospital deve funcionar com capacidade plena em até quatro anos.
A prioridade de atendimentos será para a oncologia pediátrica, cardiologia e cirurgias cardiovasculares pediátricas, neurologia e neurocirurgia pediátrica, ortopedia pediátrica, transplantes e doenças raras, além de outras especialidades que serão
contratualizadas.
"Existe um cronograma de implantação, iniciando com três salas cirúrgicas com procedimentos mais leves e ambulatórios, e em seis meses deve iniciar o atendimento oncológico, que é uma grande demanda da região. Hoje, a oncologia pediátrica fica restrita à capital, o que acaba penalizando muitas crianças que precisam fazer esse deslocamento", explicou Neves. "Cirurgia cardíaca é outra demanda extremamente necessária. Por isso, essa abertura gradativa é extremamente responsável, a fim de que se chegue ao melhor tratamento possível".
"Nossa instituição é centenária, já tem 101 anos de dedicação à criança, à maternidade e à infância", salientou a presidente de honra da Liga Álvaro Bahia, Rosina Bahia. "Gerir esse hospital de grande porte, com essa magnitude extraordinária, é um grande orgulho nosso. Estamos todos encantados com o prédio e com a capacidade de atendimento, e isso é importante porque estamos justamente cumprindo a nossa missão, que é trazer saúde e salvar vidas das nossas crianças".
MEGAESTRUTURA – O Hospital Infantil de Maringá conta com 24,2 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 88,6 mil metros quadrados. São 13 blocos conectados por um grande corredor central, onde funcionarão 40 leitos de UTI nas alas pediátrica e neonatal, 148 leitos de enfermaria, centro cirúrgico, hospital-dia, centro de especialidades, duas recepções, laboratório, centro de imagens e uma ala de ensino e pesquisa.
A unidade possui, ainda, um ambulatório com 28 consultórios, Serviço de Apoio Diagnóstico Terapêutico (SADT), centro de estudos, setor para quimioterapia e terapia renal substitutiva, além de ampla área de apoio.
HOMENAGEM – O Hospital da Criança leva o nome de Irmã Maria Calista, freira alemã que se mudou para o Brasil em 1956. Formada como enfermeira obstétrica, atuou por mais de 50 anos na Santa Casa de Misericórdia de Maringá, ficando conhecida na cidade por ter auxiliado muitas mães a trazer seus filhos ao mundo. Irmã Maria Calista, que completaria 100 anos em 2024, faleceu em julho de 2013, vítima de um infarto.
PRESENÇAS – Participaram da solenidade o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marcos Tordoro; o secretário licenciado da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; o superintendente do Ministério da Saúde no Paraná, Luiz Armando Erthal; o reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Leandro Vanalli; o presidente da Associação dos Amigos do Hospital da Criança de Maringá, Agnaldo Rossini; os deputados federais Beto Preto, Ricardo Barros e Luiz Nishimori; os deputados estaduais Soldado Adriano José e Do Carmo; e a ex-governadora Cida Borghetti.
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