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Paraná tem 400 mil pessoas que não sabem ler e escrever

População alfabetizada vai a 95,69%, menor proporção entre os estados do Sul

Paraná tem 400 mil pessoas que não sabem ler e escrever
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A taxa de alfabetização no Paraná segue em trajetória e alcançou 95,69% dos paranaenses em 2022, revelam novos dados do Censo Demográfico divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O indicador, que mostra a proporção de pessoas que sabiam ler e escrever pelo menos um bilhete simples, aponta para um importante aumento da taxa de alfabetização no estado ao longo das últimas décadas. Em 2000, por exemplo, 90,97% dos paranaenses com 15 anos ou mais de idade sabiam ler e escrever. 10 anos depois, esse porcentual era de 93,81%.

E o reflexo direto do aumento da alfabetização é o recuo do analfabetismo, cuja taxa passou de 9,03% para 4,31% entre 2000 e 2022. Ainda assim, há quase 400 mil pessoas (398.334, mais precisamente) que não sabem ler ou escrever no Paraná. Um número relevante, mas bem menor que o contingente de 615.805 analfabetos no estado em 2000 (considerando a população com 15 anos ou mais de idade, frise-se).

No Brasil, ainda segundo o IBGE, a taxa de alfabetização em 2022 era de 93% e a de analfabetismo, de 7%. No Censo 2010, as taxas de alfabetização e analfabetismo eram de 90,4% e 9,6%. O tema é investigado desde o primeiro Censo do país em 1872. Em 1940, menos da metade da população (44,0%) era alfabetizada.

Comparando ainda o resultado paranaense com o de outras unidades da federação, temos que o estado apresenta a sexta maior taxa de alfabetização no país, atrás apenas de Santa Catarina (97,33%) Distrito Federal (97,23%), São Paulo e Rio Grande do Sul (ambos com 96,89%) e Rio de Janeiro (96,72%). Note-se, contudo, que a taxa de analfabetismo do Paraná (4,31%) é a maior entre os estados da região Sul (entre os catarinenses, o porcentual é de 2,67%; entre os gaúchos, de 3,11%).

 

Taxa de analfabetismo entre municípios do Paraná varia de 1,53% a 16,69%

Entre os municípios paranaenses, Curitiba é a cidade com a menor taxa de analfabetismo (e, consequentemente, com a maior taxa de alfabetização). Na Capital, apenas 1,53% da população com 15 anos ou mais de idade (o equivalente a 22.710 pessoas) não sabem ler ou escrever. Na sequência, apresentam os melhores resultados os municípios de Quatro Pontes (na região Oeste) e Maringá (no Norte), com 1,61% e 1,98%, respectivamente.

Por outro lado, as maiores taxas de analfabetismo foram verificadas nos municípios de Godoy Moreira (no Norte), Nova Santa Bárbara (também no Norte) e Mato Rico (na região Central), com 16,69%, 15,69% e 15,41%, respectivamente.

Entre os 399 municípios paranaenses, no entanto, 85 (o equivalente a 21,3% do total de cidades) apresentam taxa de analfabetismo superior a 10% (o que significa que pelo menos uma de cada 10 pessoas naquela localidade não sabem ler nem escrever). Uma situação que afeta, principalmente, cidades pequenas – tanto que, dessas 85 cidades, apenas sete (Cândido de Abreu, Cerro Azul, Curiúva, Ortigueira, Palmital, Reserva e Ribeirão do Pinhal) possuem mais de 10 mil habitantes.

Na Grande Curitiba, mais de 70 mil pessoas são analfabetas

Na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde 2.895.994 pessoas com 15 anos ou mais de idade vivem em 29 municípios, 2.825.223 moradores sabem ler ou escrever (o equivalente a 97,56% do total). Por outro lado, o analfabetismo afeta 70.771 (2,44% da população da Grande Curitiba).

Curitiba, naturalmente, é a cidade da região com a menor taxa de alfabetização (98,47%), seguida por Pinhais (97,81%), Rio Negro (97,79%), São José dos Pinhais (97,64%) e Fazenda Rio Grande (97,37%).

Por outro lado, as maiores taxa de analfabetismo na Grande Curitiba foram verificadas nas localidades de Cerro Azul (13,82%), Doutor Ulysses (13,45%), Adrianópolis (12,56%), Tunas do Paraná (12,5%) e Rio Branco do Sul (6,86%).

Desigualdade de gênero e raça ainda é problema

Os dados do Censo 2022 também revelam que questões relativas à gênero e raça ainda são fundamentais para explicar o analfabetismo no Paraná. No estado, 4,31% da população é analfabeta. Entre os brancos, no entanto, essa proporção é de apenas 3,16%. Entre a população amarela (pessoa que se declara de origem oriental, como japonesa, chinesa, coreana), o porcentual é ainda menor: 1,37%. Contudo, 11,72% dos indígenas que vivem no Paraná não sabem ler ou escrever. Entre a população preta e parda, esse porcentual é de 8% e 6,25%.

Além disso, a taxa de alfabetização no estado também é maior entre homens (96,12%) que entre mulheres (95,3%), sendo as mulheres indígenas (86,3%), pretas (90,85%) e pardas (92,99%) as que têm menos acesso à leitura e escrita.

FONTE/CRÉDITOS: Bem Paraná
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