Rádio RCS-FM homenageia profissionais de Educação Física no Dia 1º de Setembro
De acordo com o professor André Ricardo Sutil, é preciso um esforço coletivo para que o Brasil alcance todo o seu potencial esportivo.
Educação Física, Esportes, Olimpíadas...
Sob os pés da Torre Eiffel, o monumento mais famoso e visitado do mundo, dentre outros cenários deslumbrantes, históricos e icônicos de Paris, a "Cidade do Amor", a mais "turistada" deste planeta, conquistamos na França na recentemente realizada 33ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, 3 ouros, 7 pratas, e 10 bronzes, totalizando 20 medalhas e o 20° lugar no quadro geral (12° levando em conta o número de medalhas independente da coloração das mesmas).
Desempenho este ainda aquém das potencialidades do nosso continental Brasil, de proporções gigantescas, tanto populacionalmente (com mais de 215 milhões de habitantes), quanto territorialmente (de mais de 8.500.000 km²), com uma miscigenação de credos, etnias, raças, e afins, admirável, emblemática e ímpar.
Temos condições, material humano e tamanho de estarmos entre as 10 maiores potências esportivas do mundo. A recriação do Ministério do Esporte, com orçamento e status para tal, deixando de ser uma autarquia, uma secretaria adjacente e vinculada a outro ministério, foi importante, bem como o recente reajuste, o primeiro em 14 anos, do programa governamental Bolsa Atleta, foi extremamente pertinente, tendo em vista que 100% dos medalhistas brasileiros na "Cidade Luz" são ou já foram partícipes deste programa.
Mas é preciso mais para alcançarmos tal distinção Top-10. Creio que dois modelos de captação, fomentação e otimização se destacam no horizonte, o chinês e o estadunidense, não por acaso as maiores economias e potências esportivas do planeta. Na China, o aparato estatal é fortíssimo, é uma política pública de Estado, não de governo como aqui, onde quando muda-se o governante troca-se também de diretrizes, porém com o asterisco do no mínimo controverso sistema político do “Dragão Asiático”. Já nos EUA, a transversalidade do público com o privado, do esporte profissional com o universitário é o que se salienta.
Acredito ser possível a unificação destes dois comprovados, evidenciados e satisfatórios modelos, e isso perpassa inexoravelmente pelo profissional de Educação Física, parabenizado neste 1º de Setembro pelo seu dia. Em quaisquer alvissareiros e exitosos processos dentro desta temática, o profissional de Educação Física (bacharelado e/ou licenciado) é parte intrinsecamente essencial, fundamental e importante no tocante a capilaridade, encorajamento, identificação, orientação e prospecção dos esportistas.
Quando indagado, e costumeiramente nos ínterins de pleitos eleitorais o sou, especialmente em sufrágios municipais de 4 em 4 anos, e neste não foi e é diferente, sobre o que penso com relação a educação concomitante ao esporte, duas áreas em que humildemente acredito ter lugar de fala, prego que há de se ter um planejamento minuciosamente bem articulado e elaborado entre os entes federativos, mas principalmente nos 5.570 municípios brasileiros, que é aonde as políticas públicas e privadas efetivamente acontecem ou deveriam acontecer.
É preciso uma municipalização mais incisiva, donde impreterivelmente a oportunização da vivência de diversas práticas esportivas aos munícipes (da mais tenra à terceira idade), e não somente das mais populares e tradicionais que são em sua maioria ofertadas contemporaneamente. Experienciações múltiplas e variadas, com espaços, materiais e profissionais gabaritados, qualificados e valorizados, criando centros de excelência esportiva nos nossos municípios, propiciando a apropriação, engajamento e melhoramento dos envolvidos, prevejo ser essa a receita ideal para alcançarmos nossos tão sonhados objetivos.
Algo semelhante já é feito com o esporte paralímpico brasileiro há alguns anos, onde somos uma potência consolidada, figurando nas últimas quatro edições dos Jogos Paralímpicos entre os dez primeiros colocados no quadro geral de medalhas, posição essa que deverá ser mantida nos atuais Jogos em disputa, também em Paris na França. Bons e palpáveis exemplos não faltam, todavia, para que saiam do campo da hoje utopia e ingressem na materialidade é necessário um esforço conjunto nas várias frentes de trabalho. Oxalá obtenhamos tal feito sem procrastinação, a começar pela criteriosa, meticulosa e ponderada escolha de nossos governantes representativos nos executivos e legislativos municipais nas eleições que se avizinham em outubro próximo.
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